Autismo: como lidar com o diagnóstico, afinal?!

O TEA – Transtorno de Espectro Autista é uma disfunção congênita, em que não se conhecem exatamente os motivos que a fazem desencadear.

Talvez seja este um dos motivos pelo qual muita gente não sabe como lidar com tal diagnóstico.

No entanto, há alguns indicadores de maior incidência de casos em determinados grupos de pessoas ou não.

Por exemplo, a possibilidade de pais terem segundos filhos autistas, tendo já o diagnóstico de pelo menos 1 filho, fica em torno de 10% a 20% maior. Quando falamos em gêmeos idênticos esse valor aumenta para cerca de 80% mais chances.

Por que o diagnóstico é tão surpreendente, e tão assustador, para os pais?

Não se têm razões que explique o aparecimento do espectro autista no caso do primogênito.

Por isso, o diagnóstico é tão surpreendente para os pais, tendo, muitas vezes, seu primeiro filho já sob o transtorno.

Não há culpados. Não podemos culpabilizar determinado gene ou DNA, tampouco qualquer tipo de comportamento não intencional ao próprio corpo ou à gestante.

Há sempre a necessidade de acompanhar, com práticas e brinquedos educativos que contribuam para o desenvolvimento da educação da criança, independente do transtorno.

Mas, vamos entender mais um pouco sobre o Autismo!

“O autismo é parte desse mundo. Não um mundo à parte” é o que nos diz uma importante Fundação, na luta contra o preconceito e a falta de informação a respeito do TEA.

Seguindo nessa mesma linha desconstrutiva, podemos afirmar que o Autismo não é doença. O Autismo passa muito mais por uma série de características que dá um tom diferente ao modo de agir social esperado de um ser humano adaptado à vida em sociedade.

Cientificamente, sabemos que o Autismo é responsável pelo comprometimento cerebral de pelo menos dois comportamentos relevantes a todas as pessoas: a linguagem e a convivência em sociedade.

Através desses dois maiores fatores é que são desencadeadas diversas outras características secundárias para entendermos mais plenamente.

Devemos destacar que todos os sintomas gerados pelo Autismo tornam  indivíduos únicos, porque além da especificidade de como as características serão manifestadas, ainda há o grau de severidade de cada uma. Na linguagem, por exemplo, as características podem se dar de várias maneiras:

Vejamos quais as maneiras com as quais podemos identificar o autismo na linguagem:

  • ausência total de palavras ou somente a limitação  delas;
  • utilização de palavras fora do comum ou rebuscadas para o usual da idade e/ou convivência;
  • facilidade para reconhecer imagens mais do que palavras ou até total incapacidade de entender linguagens não-verbais.

Como dito anteriormente, além da linguagem, há um relevante comprometimento da vida em sociedade.

Isto porque, o comportamento das pessoas com TEA – o Transtorno de Espectro Autista, não reconhece pactos sociais não explícitos ou, o seu extremo oposto, leva-os sempre “ao pé da letra”.

Por isso, pessoas e/ou crianças Autistas têm obsessão por rotinas estabelecidas ou por verdades aprendidas na vida e que são muitas vezes relativizadas pelas pessoas sem o espectro.

Alguns desconfortos sociais podem ocorrer e essas pessoas podem ser vistas como “sem noção” ou alguém que não sabe conviver em sociedade.

Sabe aquelas pequenas regras sociais que ninguém te conta exatamente, mas você percebe como funciona e simplesmente pratica?

Exemplo disso pode ser comprimentar a pessoa sem conhecer, somente por educação. Ou até manter-se vestido adequadamente, mesmo sob forte calor.

Assim, uma pessoa com um grau elevado de Autismo pode simplesmente achar que pode tirar as roupas, independente do local onde esteja, justamente por estar com calor.

Para todos, estar com calor é algo normal, mas por regras sociais estabelecidas não verbalizadas, não podemos tirar nossas roupas em qualquer lugar que estamos.

Há espaços sociais para tal atitude. E é essa a dificuldade de um Autista típico.

Obviamente, há muitas outras maneiras de identificar o TEA, e o principal momento para isso é o início da infância, geralmente entre 0 a 3 anos de vida.

Então, a partir do nascimento já posso identificar se meu filho ou minha filha é Autista?

Não só pode, como é recomendável máxima atenção aos estágios de desenvolvimento da criança para um diagnóstico rápido. E isso, é tarefa dos pais.

Por esta razão, a grande aliada dos pais nesse processo de percepção e reconhecimento é a informação.

O meu filho/a foi diagnosticado com Autismo, e agora?

Primeiro: calma! O estresse não vai te trazer benefício nenhum. Aqui vão algumas dicas que podem te auxiliar neste processo:

  1. É interessante você escutar mais de uma opinião médica, inclusive se a hipótese partir de você, que como responsável terá que exaurir as dúvidas e suspeitas.
  2. Escute a escola, ou a instituição educacional que seu filho frequenta. Fale com quem fica com ele diariamente (caso não seja sempre você), procure cercar-se de pessoas que o amem também e que queiram genuinamente contribuir com o crescimento da criança.
  3. Leia! Atualmente há várias formas de apropriar-se das informações necessárias para qualquer tipo de lacuna. Seja um investigador/a competente, prestigie livros e sites confiáveis para sua empreitada.
  4. Procure redes de apoio! Mais uma vez podemos afirmar que atualmente existem muito mais possibilidades do que há 10 anos, por exemplo. A quantidade de mães/pais desbravadoras nesse assunto e o aumento de instituições de ajuda confiáveis crescem diariamente em nosso país e no exterior.
  5. E por último, não finja que nada de diferente está acontecendo. Tal atitude só vai atrasar os avanços que seu filho já poderia estar conquistando.

E no final, o que importa mesmo é vê-los felizes e produtivos como qualquer pessoa, sob qualquer eventualidade da vida.

Para mais artigos como este, consulte o nosso blog e veja mais informações sobre o desenvolvimento do seu filho ou filha. 

Os brinquedos montessorianos são ótimas opções para trazer ludicidade para a educação das crianças.

Obter um diagnóstico é importante para a compreensão e tratamento adequado, embora isso não modifique a maneira com a qual os pais costumam lidar com a educação dos seus filhos.

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